quarta-feira, 29 de abril de 2009

Seis da Tarde

Em meio
a
Feixes alaranjados
e
Ares Gelados
Vibra
o
Decote
do
Céu vespertino.

Das janelas
de
Edifícios-moradia,
em prestações,
Brotam luzes.

E
os
Motores
de
Automóveis
Inquietos
Ronronam
e
Discutem
pela fome
de
Andar.

Dos bares
Ressoam
Gritos exaltados
de
Felizes embriagados.

Fumaça
de
Tabaco
Rói
o
Ar.

Súbito,
Lâmpadas
acordam
em seus
Postes.

Logo mais
o
Despertar
das
Estrelas
Completará
o
Crepúsculo.

Nas
Calçadas,
Nada além
de
Conquista:

Passos largos,
Mãos nos bolsos,
Cachecóis para amortecer
Gélidos
Ventos
de
Esquina.

Mentes
em
Jazz, Cinema, Futebol.
Enfim, Beleza.

Corre
a
Humanidade
e
Encontra
nas ruas
o
Tributo
da
Cidade.

Sob asfalto,
os
Trilhos
Abraçam
Vagões
em
Caminhada.

Nas paredes,
Novas sombras,
Penumbras
de
Gente.

Nas avenidas,
os
Povos
Pulsando.

Nas fábricas
Cantam
os
Apitos
de
Fim
de
Expediente.

Copos
e
Garrafas
Agitam
Falatórios
em
Mesas
de
Botecos.

Beijos
Completam
o
Cenário.

2 comentários:

Speed disse...

Bela poesia, André!

Motores discutindo, fumaça roendo, lâmpadas acordando postes, mentes se abrindo para o belo no início da noite ao final do expediente.

Palavras inusitadas para expressar aquilo que já conhecemos ajudam a cristalizar sua visão particular das coisas.

Ao ler o texto fiquei mais feliz, como que participando dos momentos momentos mágicos alí descritos.

O que mais esperar de uma obra de arte?

andré flâneur disse...

Bem Speed, só me restam como palavras os agradecimentos pelos elogios. Muito obrigado!
Apareça sempre.