segunda-feira, 28 de abril de 2008

Um Flâneur no Centro de São Paulo: A Virada Cultural


Atemporalidade.


Como disse meu amigo que me acompanhou pela Virada Cultural, essa é a palavra que define o evento.


Saindo da estação Sé do metrô por volta das 19:10 da noite de Sábado, dia 26/04, observo algo que até então estava fora de meu Hall de imagens mentais: O Centro de São Paulo à noite. As luzes, o ar suave de outono, as pessoas circulando, o som da movimentação. Um prato cheio para a percepção.


Movimentando-se pelas ruas encontramos pessoas de todas as tribos e faixas etárias, unidas com um único propósito, o de apreciar Arte.


Começamos o roteiro atrasados. Pretendíamos assistir o show do Mundo Livre S.A, banda que mistura Rock com Maracatu, porém chegamos no final da apresentação e apreciamos apenas uma música. Uma pena.


Mas sem problemas, a Virada acabou de começar e todos ainda estão no aquecimento para as próximas atrações.


Olhamos o guia e o mapa. Para onde ir?


Acabamos escolhendo uma pista de música eletrônica na rua XV de Novembro. Ao chegarmos, uma cena inusitada: alguns garis dançam junto com a massa de pessoas. Ouvimos o som da Rave Urbana ao mesmo tempo que observamos a estrutura do espetáculo. Uma haste de aço na horizontal, entre dois prédios, comporta uma bolha de plástico que abriga o Dj, e que se locomove de um lado para o outro. As luzes coloridas dão o tom perfeito para o ambiente proporcionado pela música.


Entre uma atração e outra, andarilhamos pelas ruas. A circulação das pessoas é hipnotizante e belíssima, juntamente com a iluminação da fabulosa arquitetura do centro, que nos deixa sem mais o que dizer além de algumas exclamações do tipo: "Caralho, que coisa foda!!!". Creio que quando aprecio algo tão lindo que não consigo expressar com palavras, não me resta nada além de dizer uma porção de palavrões.


Nos dirigimos ao palco do Instrumental Brasileiro. Apreciamos um quarteto com Heraldo do Monte na guitarra, que simplesmente "frita" tudo no palco, tocando um Jazz soberbo e que delicia nossos ouvidos. Boquiabertos ficamos.


Em seguida, uma intervenção cênica do grupo teatral Générik Vapéur, que honra sua origem francesa em termos de "Happening" artístico. Basicamente, uma banda composta por Baixo, Guitarra e Bateria faz um som de primeira em cima de um caminhão velho. Na frente do veículo, o restante dos integrantes do grupo faz uma performance com latões e pirotecnia, seguindo o ritmo proporcionado pela banda. Tudo isso circulando pelas ruas, desde a galeria Olido até a Praça do Patriarca, com todas as pessoas seguindo o ato e se acotovelando para ter uma visão melhor. Me senti na Paris dos anos 60.

Detalhe: os integrantes do grupo estavam todos com as caras pintadas de azul.

No final do ato, na Praça do Patriarca, o grupo derrubou uma pilha de latões ao som de uma música feroz. Fascinante!!!


Andando em direção ao Municipal para sentarmos um pouco e escolhermos a próxima atração, observamos um homem de pernas de pau passando de um prédio para o outro por uma corda.

No caminho encontramos rodas de Samba feitas pelos próprios espectadores da Virada; Dançarinos em cima de prédios; Telões com exibição constante de Curtas-metragem. Sentamos na escadaria do Teatro. Parece que para onde olhamos, vemos coisas interessantes. Um absurdo!!! Ficamos desnorteados com tanta coisa para ser apreciada.


Marchamos em direção ao mosteiro de São Bento. Uma atração inusitada nos atrai para lá: balada a céu aberto, com fones de ouvido. Esperamos na fila por cerca de 40 minutos, observando as pessoas dançando freneticamente com os fones, ao som de músicas que nós, espectadores da balada, não podemos reconhecer. As exclamações nos deixam animados. Chega a nossa vez. Entramos e recebemos nossos fones. Embaixo de uma tenda, o Dj holandês se comunica conosco em um português carregado de sotaque, nos avisando que a atração vai começar. No repertório, Eletrônico, Bob Marley, Rock, Ska...de tudo. O som dos fones é excelente, num volume não muito alto mas que ao mesmo tempo não permite a passagem de ruídos de fora. Quando se queria trocar uma idéia, bastava tirar o fone e conversar normalmente, sem precisar gritar no ouvido da pessoa como nas baladas convencionais. Uma concepção totalmente diferente de diversão.


Por volta de 2 da manhã, cansados pela maratona de eventos, fazemos uma parada no Café Girondino, para comer algo e tomar uma cerveja. O clima parisiense do ambiente é inebriante. Todos lá presentes fazendo uma pausa, enquanto trocam experiências do evento e opiniões.


Corremos para a Avenida São João, ao palco principal do evento, para conseguirmos pegar o show dos Mutantes às 3. O local está abarrotado de gente!!! Mesmo com todos os acotovelamentos, tudo vale a pena: presenciar o Rock psicodélico da banda me deixa emocionado. Quase choro ao ouvir "Balada do Louco" e canto a letra a plenos pulmões. Inesquecível...


4 e meia da manhã. Exaustos, andamos pelo centro. Uma cama é tudo que quero. Pegamos o metrô por volta das 5. Desço a rua de casa relembrando a noite e apreciando o ar limpo da madrugada. Perfeito!!!


Atemporalidade.


O clima da Virada e do centro da cidade criou uma atmosfera de "à parte do resto do mundo". Parecia que o tempo não andava, num espaço específico onde todos caminhavam fascinados pelas atrações. Sensacional!!!




sexta-feira, 25 de abril de 2008

O Alquimista Jorge Ben e sua Tábua de Esmeralda


A carreira de Jorge Ben é marcada por sons dançantes, ritmos diversificados e levadas de violão/guitarra muito características.
Em "A Tábua de Esmeralda", de 1974, observamos um Jorge Ben que vai muito além de "Taj Mahal", "Fio Maravilha" e "Mas que Nada".

Algo de transcendente parece estar em nossa presença quando escutamos este disco.


Talvez pelo fato de Ben inspirar muitas de suas letras em ensinamentos alquímicos (Interessante observar aqui que Alquimia vai muito além de se tentar fazer ouro a partir de outras substâncias, trata-se de uma filosofia que visa entender o andamento do universo e muito mais).
Ou talvez pelo fato de se estar ouvindo um tipo de composição totalmente original, espontânea e diferente de tudo que já se tenha encontrado no universo da MPB.

As levadas de violão de Ben e sua voz marcante, as linhas de Baixo, a Percussão com influências de samba soul e música africana e os eventuais arranjos de orquestra dão ao álbum um tom de magnanimidade, nos apresentando uma atmosfera que mescla explosividade, intelectualidade e calmaria em uma só tacada. Genial!!!
Destaque para as faixas "Errare Humanum Est", "Hermes Tri" e "Brother", com suas letras maravilhosas tratando de princípios existenciais e com uma força musical que aproxima-se do estilo Soul, e para a canção "Zumbi", com seu arranjo de orquestra fabuloso.

O disco incita em nós uma sensação de haver algo superior e nos deixa curiosos para pesquisar os princípios da filosofia alquimista. Um excelente começo para quem quer conhecer mais de MPB, Jorge Ben e filosofias de vida.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Resenha: A relação entre "A Aurora do Homem", primeira parte do filme "2001: Uma Odisséia no Espaço", e o Meio Ambiente.

O debate que se pretende colocar em questão neste texto aborda um conflito que vigora desde os primórdios do desenvolvimento da raça humana: o conflito entre homem e ambiente natural. Claramente, desde o início da evolução dos seres humanos, estes modificam a natureza ao seu redor, como uma forma de garantir condições de sobrevivência e de melhoria do andamento de suas vidas. A natureza apresenta-se então como um meio ambiente relacional, fazendo da questão ambiental uma das mais importantes da história da humanidade.

O filme “2001: Uma Odisséia no Espaço” apresenta questões em seu conteúdo que, de certa forma, fazem referência ao ser humano e ao seu comportamento junto ao meio ambiente. Logo no começo é posta em evidência a evolução humana, através do subtítulo “A Aurora do Homem”. A partir daí, são mostrados macacos, espécie da qual se evoluiu para o Homo Sapiens como conhecemos. Esses macacos apresentam atitudes primordiais daquilo que futuramente estaria implícito entre os homens como algo extremamente evidente na sociedade capitalista: a competição pelos recursos naturais. A produção cinematográfica apresenta uma cena na qual dois grupos rivais de macacos disputam um recurso necessário a ambos, a água. Partindo desta cena, se extrai o conceito de que o homem faz uso da natureza em proveito próprio, na busca de sobreviver e melhorar sua condição de vida. Dessa forma, se faz um paralelo com a atualidade, na medida em que a questão dos recursos energéticos, especialmente a busca desenfreada por petróleo, revela os dois aspectos abordados inicialmente pelo filme: o uso da natureza como forma de desenvolvimento e a competição entre os homens que tal fato causa. Assim, a discussão de que a economia global atual necessita se adequar às limitações do meio ambiente, através de uso consciente dos recursos naturais, se encaixa perfeitamente com o fato de que a relação homem X natureza é essencial para a sobrevivência do primeiro.
Em seguida, o filme aborda de maneira mais profunda o fato de que o homem utiliza o meio ambiente e o que ele proporciona para se tornar cada vez mais desenvolvido. A cena que demonstra isto de forma precisa é aquela na qual um dos macacos aprende a usar um osso de um animal morto como ferramenta para facilitar suas atividades. Retornando à cena do conflito entre os dois bandos de macacos, demonstra-se como a competição privilegia aquele que faz melhor uso da natureza: o bando que tinha aprendido a utilizar o osso usou-o como arma para eliminar o seu rival na disputa pelo recurso natural. A evolução é então posta em evidência, na medida em que os recursos proporcionados pela natureza, no caso o osso, permitem o desenvolvimento de invenções humanas que o ajudam a vencer o conflito na busca por mais recursos naturais.
O diretor de “2001” faz então um corte, uma mudança de cena, que representa a evolução humana: o macaco atira o osso ao ar e este aparece no futuro como uma nave espacial. O homem que evoluiu do macaco viaja no espaço através do uso da natureza em proveito próprio.


É apresentado então no filme algo que pode ser interpretado como uma metáfora para o desconhecido: um monolito. Este monolito desperta a curiosidade tanto de macacos como de homens, sendo até a razão pela qual o homem faz sua expedição espacial no universo. Pode-se interpretar então o monolito como a natureza, na medida em que ambos representam uma força maior que têm poder sobre o homem, e que influenciam no decorrer de sua existência.


O encontro dos macacos e do homem com o monolito no filme demonstra que estes não sabem o que determinou que aquele objeto estivesse naquele local, da mesma forma que tem consciência de que a pedra os influencia de alguma maneira. Igualmente, o meio ambiente tem esse poder de fixação sobre o homem: este não sabe o que ou quem determinou o desenrolar de suas relações. Sob uma ótica de problemáticas atuais, as reações do meio ambiente à atuação predatória do ser humano, desencadeando catástrofes naturais que põem em risco a vida dos homens, demonstram o desconhecimento das atitudes que a natureza pode tomar quando sofre abuso na captação de seus recursos. Monolito e Natureza representam influência do ambiente externo sobre o homem, que passa a ter importância secundária quando comparado ao poderio dos dois elementos, tanto no filme como na vida real.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

"Sketches" parte 2

Quero algo em que acreditar além da própria existência.
Morrer por um ideal?
Virar um Mártir?
Não sei.
O egoísmo é do que tento escapar mas não consigo.

Talvez seja bom atingir a loucura.
Assim compreenderei a existência,
E passarei meus dias indagando de que serve tudo isso.
Essa perpétua desigualdade.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

"Sketches" de um aspirante a poeta

Alguns pensamentos em forma de versos:

Abra as portas da percepção
Adentre os paraísos artificiais
Experimente a combinação de obras esculturais e um agudo sentimento de audição.
Presencie a sinestesia e a combinação perfeita...

A queda do prédio
A escalada ao céu de baunilha
Acompanhe o surgimento do plástico de açúcar
da metáfora pulsante
dos freudismos

Confie...A psicanálise explica
O Livro garante
O mundo está de volta
Tem alguém aí?

Está na hora de presenciar a entrada do conhecimento pelos olhos e pelos ouvidos
Não conteste,
No futuro saberemos que valeu a pena.

Criaremos mais seres, consumiremos mais
e sonharemos, porque é isso que fazemos
no cotidiano opressor.

Sonhar identifica.

terça-feira, 15 de abril de 2008

King Crimson na Corte do Rock Progressivo

Art Rock, Riffs pesados, Sons apocalípticos, Sensibilidade musical, Tempos incomuns...

Pode-se dizer que o King Crimson representa uma verdadeira vanguarda musical no mundo do Rock Progressivo.

As diversas formações não fizeram o grupo perder sua marca característica: a originalidade. De disco em disco observamos como as sonoridades se tornaram diferentes, cada uma peculiar de sua maneira. Sem contar a constante mais preciosa do grupo, que observamos em todos os discos: o genial guitarrista Robert Fripp.


"In The Court Of The Crimson King" foi o disco que me introduziu no universo da banda, e desde então, apesar de gostar muito dos outros trabalhos do Crimson, esse se tornou o meu álbum favorito deles e um dos meus favoritos na história do Rock. Por sorte, encontrei o disco em um sebo outro dia e hoje é uma das preciosidades da minha modesta coleção de vinis. Muito da sua mística está no Art Work sensacional da capa e do encarte, no qual fico "viajando" toda vez que coloco-o na agulha para tocar.

Que som soberbo!!!

O grupo contava na época com Greg Lake no Baixo e nos Vocais, Michael Giles na Bateria, Ian McDonald no Saxofone, Flauta e Mellotron, Robert Fripp na Guitarra e Violão e Peter Sinfield como letrista.

A Obra começa com "21st Century Schizoid Man". Um som incendiário marca a "cozinha" da banda(Giles e Lake), o virtuosismo de Fripp transcende os limites do progressivo da época e McDonald impressiona no saxofone.

"I Talk To The Wind" representa uma belíssima composição, com uma levada bem mais tranquila e com McDonald mostrando todo seu talento na flauta transversal. A letra é o ponto alto da música.

"Epitaph" e "Moonchild" demonstram uma vibração mais experimental da banda, especialmente a segunda, na qual uma mescla de pratos e acordes de guitarra dão o tom de uma atmosfera totalmente inovadora no mundo do Rock.

O ponto alto do lado B é a faixa "The Court of The Crimson King". Rock Progressivo de primeiro nível: solo de flauta, teclados que dão o tom do refrão, letra poética, Fripp e uma influência de música medieval no violão, Giles e Lake dando a sensibilidade na levada da música. Genial!!! Fico arrepiado toda vez que escuto.

A carreira inteira do Crimson caracteriza-se por brilhantismo musical, virtuosismo e idéias inovadoras. Creio que todos que tiverem vontade de conhecer novas concepções musicais vão ter uma bela experiência com os álbuns da banda e especialmente com esse citado acima.

André Flâneur

domingo, 13 de abril de 2008

Un Flâneur à São Paulo: A Avenida Paulista


Andar pela Paulista é uma questão de rotina para mim. Pelo menos duas vezes por semana estou por lá, seja para fazer alguma coisa ou apenas para andarilhar. Se tornou uma coisa tão intrínseca ao meu cotidiano, que acho que não conseguiria ficar tanto tempo sem dar uma passada.


Esse mundo paralelo é repleto de vivências diversificadas. Basta sentar na escadaria da Gazeta por meia hora e você verá de tudo. Pessoas passam por ali, milhares de pessoas, cada uma delas absorta nos seus pensamentos, seus objetivos, seus problemas. É extraordinariamente poético observar a movimentação. De vez em quando aparece um mendigo conversando sozinho (provavelmente ele entendeu algum mistério do universo e nós o tachamos de louco). Logo em seguida observamos homens de negócios passando, discutindo a economia global e as implicações da crise americana das hipotecas sobre os lucros das empresas brasileiras. Paradoxos da Avenida. Convivências tão diferentes, juntas no mesmo espaço.


Se andarilharmos e continuarmos observando, podemos encontrar estudantes discutindo o cinema contemporâneo e sua influência sobre o mundo artístico. Ao mesmo tempo vemos camelôs vendendo filmes que nem no cinema estrearam. O dinamismo realmente rege o mundo moderno.


Botecos, bares e restaurantes dos mais diversos tipos abarcam diferentes "tribos", sedentas por uma pausa no cotidiano para discutirem seja lá o que for.


Punks, Hippies vendendo seu artesanato, Andinos vendendo cds de música étnica de seu país de origem, músicos amadores demonstrando sua arte. Na Paulista encontramos desde um dono de sebo que conversa sobre a Literatura maldita e subversiva, até um tocador de sanfona que tem em seu repertório composições de Bach.


E o trânsito!!!

Trata-se simplesmente de uma metáfora daquilo que seria o caos. Xingamentos, Buzinas, Apitos de guardas, Ônibus com seus motores barulhentos e enchendo a camada de ozônio de CO2. Todos tentando de alguma maneira atingir um objetivo final, seja ele chegar em casa para descansar, chegar no trabalho ou simplesmente sair da avenida.


Num comprimento de creio eu, 4 km, encontramos: Hospitais; o maior museu da América Latina; Um antro de mata atlântica no meio da poluição (parque Trianon); Cinemas que exibem desde produções hollywoodianas até sétima arte asiática que trata de questões existenciais que nunca imaginamos que poderiam existir; Bancos; Prédios de negócios; Pessoas tentando ganhar o pão de cada dia; Restaurantes chiques e botecos absurdamente sujos; Rádios e Faculdades; Comércio de todo o tipo; Escolas; Livrarias e Sebos. Mas o mais importante: na Paulista encontramos Vida. Vida num fluxo contínuo e que nos cerca toda vez que passamos por lá, mesmo que não percebamos. E essa é a parte mais linda de observar: Contemplar a vida passando diante de seus olhos.
André Flâneur

sábado, 12 de abril de 2008

Dica de Blog - Na Garagem

Continuando no automobilismo, aqui vai outra dica muito interessante, dessa vez de um blog, que trata desse assunto fascinante.

O Blog é o "Na Garagem" (link: http://nagaragem.blig.ig.com.br/), comandado pelo Renato Bellote, correspondente do site português "Lusomotores", e trata das novidades do mundo automobilístico, apresentando fotos e vídeos de grande qualidade.

Garanto que farão bom proveito.
André Flâneur

Dica de Site - Bandeira Quadriculada

Como membro que sou de uma boa família italiana, o automobilismo faz parte da minha vida desde muito pequeno. Apesar de não ser uma paixão, como é para meu pai, os carros despertam muito meu interesse, tanto pela forma como são confeccionados como pelo design, e pelo amor à velocidade daqueles que estão no meio automobilístico.

A dica que aqui vai é do site "Bandeira Quadriculada"(link:http://www.bandeiraquadriculada.com.br/), coordenado pelo Paulo Roberto Peralta e que possui um trabalho excelente de preservação da história automobilística, contando com fotos e vídeos de excelente qualidade.

Aproveitem...
André Flâneur

sexta-feira, 11 de abril de 2008

A arte de contar histórias com desenhos e balões


Sou aspirante a muitas coisas. Entre elas está conhecer mais sobre quadrinhos. Esse tipo de arte é fascinante. Venho tentando encontrar publicações interessantes sobre os mais variados assuntos.


Em especial as tirinhas me atraem muito, pelo fato de expressarem um conteúdo de extrema qualidade em um espaço tão pequeno. Sou viciado em "Calvin & Hobbes" de Bill Watterson, que basicamente ilustra partes da vida do menino Calvin e de seu tigre de pelúcia de estimação, Hobbes. É difícil explicar por aqui a consistência do quadrinho e a qualidade do traço que o cartunista põe em sua obra. É simplesmente fabuloso.


Para os que não conhecem "Calvin & Hobbes", recomendo que procurem material dessa série. No ano passado foi lançado a primeira de uma série de coletâneas das tirinhas. Excelente material. Pode ser encontrado em qualquer dessas Big lojas de livros, cds, dvds e afins. O preço pode ser meio salgado, mas vale cada centavo. E outra coisa: a tradução é "Calvin & Haroldo", fato que me deixa um pouco incomodado mas fazer o que.


Para os que já conhecem, minha dica é entrar nesse link:http://ignatz.brinkster.net/cbillart.html. Nele podem ser encontrados os primeiros "sketchs" do Bill Watterson, sendo boa parte deles quadrinhos com teor político. Para quem não sabe, Watterson estudou Ciência Política na faculdade, e talvez daí venha a inspiração para colocar Hobbes como nome da personagem do tigre, em homenagem ao filósofo político Thomas Hobbes.

Muito interessante.


Até...

André Flâneur

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Sobre o Título

Muita gente têm me perguntado o significado do termo "Flâneur", então resolvi esclarecer a sua origem:

O termo "flâneur" vem do verbo francês "flâner", que significa caminhar, ou "to stroll" em inglês.
Basicamente um Flâneur é uma pessoa que anda pela cidade com o objetivo de experimentá-la através de seus sentidos. No decorrer da história diversas pessoas tentaram teorizar o significado de Flâneur, inclusive o poeta Charles Baudelaire, que enxergava o papel chave do Flâneur como sendo o de entender o processo da modernidade, do urbanismo e do cosmopolitismo através do fluxo da cidade. Em termos artísticos, existem diversas escolas arquitetônicas e fotográficas que se denominam Flâneur, já que priorizam a participação daqueles que são afetados pelo desenho da cidade e pelo andamento da mesma.

Quando meu amigo Paulo me contou sobre a existência do termo, disse que enxergava em mim um Flâneur legítimo. Depois de ler sobre o assunto, realmente me identifiquei, por ser um andarilho convicto e observador constante da cidade (especialmente da Av. Paulista). Daí veio a idéia de por este nome no blog, uma vez que o fenômeno urbano engloba experiências com todos os nossos sentidos, sendo as artes parte fundamental disso.

Até breve,
André Flâneur

Agradecimentos

Olá a todos,

Gostaria de agradecer, especialmente, meu pai "coruja" que me ajudou a divulgar o blog.

Não imaginava uma recepção tão calorosa da comunidade blogueira e comentários tão positivos daqueles que já fazem parte da minha vida. Muito Obrigado à todos!!!

Venho também pedir que voltem sempre, meu objetivo é postar todas as terças e quintas pelo menos (gostaria de dedicar mais tempo, mas tenho a faculdade para levar). O que me apetece mais nessa nova empreitada é a possibilidade de expor minhas opiniões e ver o que as pessoas acham delas. "Minha maior diversão é discutir, minha maior frustração é ter que concordar"

Continuem aparecendo por aqui, pois as idéias não param de fluir.

Beijos e Abraços
André Flâneur

terça-feira, 8 de abril de 2008

Clapton Is God?


Creio que finalmente entendi a frase acima...
Achava que ninguém superaria o Hendrix em termos de vanguarda musical e originalidade...isso até o dia que ouvi e dissequei o primeiro álbum do Cream, o "Fresh Cream", e ouvi o fabuloso álbum único do Blind Faith...Caralho!!!
Que fraseado, que timbre, que mescla de influências do Blues e idéias próprias de Rock'n Roll. Talvez um dia eu mude de idéia mas hoje posso dizer: "Clapton Is God".

segunda-feira, 7 de abril de 2008

A Ritualística do Vinil

Escolhida a obra de arte que será apreciada pelos ouvidos, o pano de cobertura é retirado e a tampa é aberta. Liga-se então o aparelho e instantaneamente a luz estroboscópica acende, indicando se a rotação está precisa. Após colocar o LP em posição, limpa-se seu pó com um veludo, e coloca-se a agulha para funcionar. Os primeiros estalos indicam: a experiência vai começar.
A mescla entre a pureza do som, a autenticidade da gravação e os eventuais estalos nos coloca em um estado de percepção aguçada. Não se trata apenas de um disco, trata-se de um trabalho artístico e intelectual que pede um momento de nosso cotidiano para ser ouvido. Por um período de aproximadamente 50 minutos nos deparamos com algo extraordinário, definido em uma simples palavra: Música.
Ao sentar e ouvir o som, enquanto apreciamos a capa do disco e seu encarte, passamos por um ritual que nos explicita como arte, e especialmente a música, é algo que nos eleva a um nível superior e que nos faz indagar como é possível um ser humano criar algo tão maravilhoso.
Talvez palavras não sejam suficientes para demonstrar o que é ouvir um som pelo toca disco. Todos que apreciam música de qualidade deveriam passar por esse ritual pelo menos uma vez na vida. É algo que amplia horizontes e nos faz entrar em um universo paralelo: o da apreciação artística.

Boa viagem

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Primeira Divagação

Primeiro quero agradecer meu amigo Paulo, que inspirou o título deste blog.
Dito isso, ai vai a primeira "flanada":

Sobre a Verdadeira Revolução:

A verdadeira Revolução encontra-se na libertação interna e pessoal das amarras cotidianas que massacram o âmago. Nada que se realize no plano externo ao ser humano antes que este se encontre em libertinagem interior e completa pode encontrar algum resultado satisfatório.

A paz consigo mesmo permite atingir o estado em que liberdade, amor, igualdade ou qualquer outro quesito ou desejo humano possa ser alcançado e ultrapassado, de forma que os conceitos deixam de fazer sentido. Isso ocorre pois estes apenas limitam a plenitude das sensações.

Atingir a plenitude e a libertinagem passa por um processo de assimilar a realidade através da predominância do movimento e da mudança e de tudo que transcorre o tempo, sendo infinito pelo período que dura.

Um amigo uma vez me disse: "Nós somos eternos. Se não sentimos quando nascemos nem quando morremos, não temos fim"

Como diria Mr Lennon em "Tomorrow Never Knows":
"Turn off your mind
Relax
And float downstream"

O amanhã nunca sabe, porque ele simplesmente é mudança, ele flutua corrente abaixo, e o nosso papel nisso está em relaxar e desligar nossa mente de qualquer convenção ou conceito que limite nossa plenitude.

As correntes que aprisionam a mente são criadas por nós mesmos, por nossa própria mente. Quebrá-las significa negar conceitos dados e viver com a consciência de que verdades existem segundo a mudança.

Início

A intenção básica deste blog é divulgar escritos, "brisas", ou qualquer assunto que incite questionamentos da mente e da realidade...

Sintam-se a vontade para comentar aquilo que eu postar, antes de tudo quero dialogar e não fazer monólogos!!!

Em breve algo mais do que apenas uma saudação...

Beijos e Abraços
André Flâneur